segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Reforma Protestante e Contrarreforma

Reforma Protestante e Contrarreforma
Contexto Histórico

O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas: abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista.

A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita.


A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.

Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.
Basílica de São Pedro – Roma

O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.


A Reforma Luterana

O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica.

As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. 

Martinho Lutero foi convocado as desmentir as suas 95 teses na Dieta de Worms, convocada pelo imperador Carlos V. Em 16 de abril de 1521, Lutero não só defendeu suas teses como mostrou a necessidade da reforma da Igreja Católica.



A Reforma Calvinista

Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa ideia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a ideia da predestinação (a pessoa nasce com sua vida definida).



A Reforma Anglicana

Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
Henrique VIII, durante a primeira metade de seu reinado, desfrutou de uma imagem de príncipe católico, respeitador dos papas.

Henrique VIII casara-se em primeiras núpcias, no mesmo ano em que chegara ao poder, com a infanta Catarina de Aragão. Esta fora unida anteriormente ao irmão mais velho de Henrique, o príncipe Artur, morto com certeza muito jovem para ter conhecido carnalmente a esposa. De 1509 a 1526-1527, isso não constituiu nenhum problema insuperável ao casal. Mas as coisas se precipitaram quando Henrique VIII, desolado por não ter herdeiro do sexo masculino fruto de sua união, convenceu-se de que infringira a lei divina. Estava escrito no Levítico: "Não descobrirás a nudez da mulher de teu irmão; é a nudez de teu irmão" (Lv 18, 16). O rei acreditava que Deus lhe tinha virado o rosto para puni-lo por seus pecados, semelhantes a um incesto.

Mas o papa, outrora complacente, recusou-se a declarar a nulidade do casamento. Além disso, Henrique VIII estava apaixonado por uma jovem, Ana Bolena, de quem pensava, erradamente, que iria ganhar o herdeiro que esperava.

As diversas universidades europeias da época foram chamadas a se pronunciar sobre o caso do divórcio e emitiram julgamentos contraditórios. Certo de seu direito, Henrique VIII decidiu transgredir a proibição do papa, e obteve a anulação do casamento. Sem hesitar, ele esposou Ana Bolena pela primeira vez em novembro de 1532, e depois publicamente em janeiro. Não se podia esperar mais, pois Ana já estava grávida da futura rainha Elisabete.


As seis esposas de Henrique VIII

  1. Catarina de Aragão, de 1509 a 1533 ("divorciada")
  2. Ana Bolena, os três anos seguintes (executada)
  3. Jane Seymour, de 1536 a 1537 (morta 12 dias após dar à luz Eduardo VI)
  4. Ana de Clèves (repudiada pouco após o casamento, em janeiro de 1540)
  5. Catarina Howard (executada em fevereiro de 1542 com menos de 20 meses de vida em comum)
  6. Catarina Parr ficou viúva em 1547 após uma união de três anos e meio



A Contrarreforma Católica


Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento (Concílio de Trento) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido:  
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos  Jesuítas.
- Retomada do Tribunal do Santo OfícIo inquisição : punir e condenar os acusados de heresias
 
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de ideias contrárias à Igreja Católica.


Intolerância

Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinista na chamada Noite de São Bartolomeu.


Você sabia?

É comemorado em 31 de outubro o Dia da Reforma Protestante. A data é uma referência ao 31 de outubro de 1517, dia em que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg (Alemanha).




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